Se você quer impressionar na mesa de sobremesas deste final de ano, aposte na famosa Pumpkin Pie. É fácil de fazer e deliciosa!
por Mônica Dias Batista
Vem chegando dezembro e aparece a pergunta no grupo da família: quem vai fazer o quê para as festas? Aquela correria tão tradicional começa a fazer parte do nosso dia-a-dia, mas esse ano deve ser um pouco diferente. Em função do distanciamento social, muitas famílias ficaram afastadas por meses e esperam se reencontrar – com responsabilidade – nas festas de fim de ano.
E para arrasar nessa volta, hoje eu trago uma receita de uma torta tão linda quanto saborosa: a famosa pumpkin pie, ou para nós, torta de abóbora.
Essa torta aparece há décadas nos jantares de Ação de Graças nos Estados Unidos e no Canadá, mas cada vez mais vem sendo notada por outros países. E não é difícil entender o motivo. A abóbora, naturalmente doce, fica delicadíssima após ser assada ou cozida e transformada em purê. E a mistura de sabores das especiarias que o temperam faz toda a diferença. É uma torta perfeita: massa sequinha, recheio cremoso, aromas que você sente de longe, noz pecan para embelezar e trazer crocância, e o toque final do chantilly no momento de servir. Isso nem é uma torta. Eu chamo de sonho!
Como todas as frutas e legumes que possuem coloração alaranjada, a abóbora é rica em vitamina C e betacaroteno, que ajuda a manter aquele bronzeado. Possuem muitas fibras, pouca gordura e seu sabor adocicado evita o uso excessivo de açúcar nas receitas doces. Tão versátil que também pode fazer parte dos pratos salgados em saladas, grelhada, em forma de purê, assada na churrasqueira… É modo de preparo que não acaba mais!
Mas voltando à nossa torta, ela foi criada para simbolizar a colheita, fartura e prosperidade das lavouras. Geralmente consumida nos meses frios da América do Norte, temos aqui o privilégio de encontrar diversos tipos de abóbora nas feiras durante todo o ano. Então por que não coloca-las na lista de Natal ou Ano Novo?
Para essa torta, a melhor abóbora a ser usada é a moranga. Ela é bem fácil de ser encontrada, mas pode ser outra parecida. Na dúvida, pergunte ao seu feirante qual é melhor para fazer purê e que tem menos fiapos. A moranga é mais “carnuda” e quanto mais alaranjada estiver, melhor. Sinal que está bem madura. Perfeita para nossa torta! Para essa preparação, você pode assar ou cozinhar a abóbora. Como ela possui bastante líquido em sua composição, sugiro que você invista um tempinho a mais e asse ao invés de cozinhar. Embrulhar os pedaços em papel alumínio para levar ao forno evita a perda desse líquido, o que deixa o sabor muito mais concentrado.
Agora que já conhecemos mais sobre esse fruto (não é um legume, já que possui sementes), vamos às próximas etapas.
Antes de começar, leia toda a receita e separe os utensílios que você vai precisar. O ideal é ter uma forma de fundo removível, pois não há pré-cocção da massa. A torta vai toda crua para o forno. Caso não tenha, é possível forrar uma forma com papel manteiga de boa qualidade e deixar uma bordinha para fora da assadeira. Assim, depois de fria, você consegue remover a torta puxando pelo papel.
Separe também os ingredientes para massa, recheio e chantilly. Tendo tudo organizado, quando você começar o preparo não precisará correr para pegar algo que tenha sido esquecido. Lembre-se que cozinhar também pode ser um momento de prazer, então não dê margem para a pressa ou o nervosismo.
Quanto às especiarias, geralmente as que aromatizam e saborizam a torta tradicional são canela, gengibre em pó, cravo e noz moscada. E equilibrar essas especiarias para realçar ainda mais o sabor da abóbora é uma missão fácil: você vai sentir pelo cheiro quando elas entrarem na mistura.
Um conselho de amiga: guarde a receita dessa massa porque ela é super coringa. Bem simples e sem açúcar, você pode aproveita-la para fazer outras tortas doces e salgadas.
A noz pecan é perfeita para a receita, mas pode ser difícil de encontrar em algumas regiões. E nessa época, costuma ser mais cara do que no restante do ano. Se precisar, substitua por nozes, pois visualmente vai ficar parecida. Ou dê uma abrasileirada com castanha de caju, castanha do Pará ou outra que você encontre mais facilmente.
E o chantilly para acompanhar: se não tiver não vai fazer falta? Não. Mas se tiver vai fazer muita diferença!
Hora de colocar o avental e fazer essa torta chiquérrima! Vamos lá?
Massa:
300g de farinha de trigo
125g de manteiga sem sal gelada
5g de sal (ou uma pitada generosa)
Água gelada (o necessário para dar liga à massa)
Farinha de trigo para abrir a massa na bancada
Recheio:
500g de abóbora moranga
1 ovo
200g de açúcar refinado
50g de açúcar mascavo (se você quiser uma torta com recheio mais claro, use metade da quantidade)
Especiarias a seu gosto, como canela, cravo, noz moscada ou gengibre em pó
100g de noz pecan para decorar
Chantilly:
100ml de creme de leite fresco
10g de açúcar refinado
Modo de preparo:
Para a massa: misture a farinha, o sal e a manteiga gelada em cubinhos com a ponta dos dedos até formar uma farofa. Trabalhe a massa delicadamente. Acrescente água aos poucos até deixar a massa homogênea, formando uma bola. Cubra com filme plástico e deixe descansar até o momento de utilizá-la.
Para o recheio: lave a abóbora, descasque e retire as sementes. Se a casca estiver dura, corte o fruto em pedaços grandes, retire a semente e envolva os pedaços no papel alumínio. Leve para assar até ficarem macios. Descasque, leve os pedaços ao fogo numa panela para que sequem um pouco e amasse bem, como um purê. Tire do fogo, deixe esfriar um pouco para não ter perigo de cozinhar o ovo. Com a abóbora morna, misture o ovo, os açúcares e as especiarias.
Para o chantilly: bata o creme de leite com açúcar até formar picos médios e reserve na geladeira. Como é uma quantidade pequena, pode bater com um fouet (aquele batedor de arame). Se você ama chantilly, pode dobrar a quantidade. Sobrar te garanto que não vai.
Abra a massa, polvilhando com farinha a mesa, a massa e o rolo. Se não tiver rolo, use o velho truque da garrafa de vinho cheia. Coloque a massa na assadeira, pressionando bem as bordas, recheie com o purê e leve ao forno pré-aquecido por 35 minutos a 200°C. Ela deve ser retirada do forno com o recheio ainda cremoso, pois vai pegar consistência enquanto esfria. Depois de assada, deixe esfriar completamente e passe para o prato onde será servida. Distribua as nozes pecan em toda a borda da torta. Ao servir, coloque uma generosa colherada de chantilly em cima das nozes, para que os convidados descubram a surpresa.
Viu só como é possível inovar sem medo e sair daquele padrão Natal-pavê e Ano Novo-manjar? A sugestão é que você prepare essa torta no fim do ano, mas nada impede dela ser preparada antes só para você ter certeza de que uma será suficiente ou se vai precisar fazer duas. Eu não duvido!
Tem doce que é doce, tem doce que é doce pra cacete, e tem o brownie de doce de leite, que está numa categoria própria em termos de açúcar por metro quadrado.
Brownie que na verdade é blondie, mas sem racismo por favor: é que rege a regra que só pode se chamar brownie o quitute que leva cacau. E se este brownie aqui só leva chocolate branco, que você já sabe que não leva cacau, então não me leve a mal: este nosso moreninho é loirinho.
Brownie ou blondie, a ideia é de um bolinho que não cresce, massudinho, molhadinho, que se pode comer quentinho ou friinho. Com um sorvetinho, então… É uma combinação de matar qualquer glicêmico.
100g Chocolate branco
100g Manteiga sem sal
70g Açúcar refinado
80g Açúcar mascavo
3 Ovos
80g Doce de leite (sugiro marca Viçosa)
110g Farinha de trigo
50g Nozes pecan trituradas
1 col. chá essência de baunilha
Derreta o chocolate em banho-maria ou no microondas, conforme a sua técnica pessoal. Junte a manteiga e continue derretendo. Junte o açúcar e mexa bem. Deixe esfriar, pelo menos até ficar morno, já que você não quer que os ovos cozinhem com o calor. Eu até transfiro a massa pra outra tigela, pra facilitar.
Dica: se sobrou um pouco de chocolate da barra que você comprou, quebre em pedaços e acrescente sobre a massa logo antes de ir ao forno. Você nem imagina o que vai acontecer.
Voltando à receita: acrescente os ovos já levemente batidos, e vá mexendo devagar, só pra incorporar. Não bata demais, porque a massa do brownie/blondie não pode ficar aerada. Acrescente também o doce de leite e misture até obter uma massa homogênea.
Para adicionar a farinha de trigo, super recomendo a ajuda de uma peneira, que evita aquelas bolotas de farinha e facilita misturar sem exagerar. Em seguida, vêm as nozes e a baunilha.
Use uma assadeira de +- 20x20cm, untada e polvilhada, depois forrada com papel manteiga, e depois mais manteiga e farinha de trigo untando e polvilhando por cima do papel manteiga. É isso mesmo minha senhora, eu não tou doido não! Queremos que esse blondie se desgrude maravilhosamente do papel. Não podemos correr riscos.
Leve ao forno a 160 graus por cerca de 30 minutos. Atente-se para colocar a assadeira bem no meio do forno, e que o forno distribua o calor igualmente, para seu blondie também assar por igual.
O ponto ideal aqui é a parte de cima começando a rachar, mas ainda úmida. Não leve os 30 minutos a ferro e fogo: espie com 25, e pode ser que levem até 40.
Retire, e aí começa a espera mais longa do mundo, que é a do seu blondie esfriar. Só que essa espera é absolutamente obrigatória, porque é nessa que ele chega no ponto. Uma vez frio, retire da assadeira e do papel manteiga. Eu gosto de “dar acabamento” nele, cortando as laterais, que já não ficam tão bonitas, e depois cortando em quadrados ou retângulos milimetricamente divididos.
Acabei de lembrar do gosto delicioso desse blondie e perdi a concentração pra terminar de escrever a receita. Boa sorte.
Presentes desde o século XVIII, as quitandas ainda continuam nas nossas mesas e nas nossas memórias – como por exemplo a rosquinha de pinga!
por Mônica Dias Batista
Biscoitos, bolachas, quitandas… Existem nomes diferentes para essas delícias, mas num ponto todo mundo concorda: não dá para viver sem elas!
De origem africana, a palavra kitanda significa tabuleiro onde são expostos os gêneros alimentícios à venda nas feiras. O autor mineiro Eduardo Frieiro define a quitanda como pastelaria caseira composta por biscoitos, broas, roscas, sequilhos, bolos, entre outros quitutes do café da tarde.
E você sabia que no Brasil o biscoito é tão popular que no dia 20 de julho é comemorado o dia do biscoito? Uma pesquisa realizada pela Kantar WorldPanel, identificou que o biscoito está presente em 99,7% dos lares brasileiros, ou seja, em praticamente todas as casas do país as pessoas consomem biscoito.
Seja para consumo próprio ou para vender, já existe um mercado consumidor pronto, que certamente prefere as produções artesanais ao invés das industrializadas, com excesso de açúcar e ingrediente artificiais.
Nada se compara ao prazer de passar um café quentinho, abrir um pote de biscoitos artesanais e comer até acabar! Quem nunca?
Muitos biscoitos artesanais levam, em grande parte de suas receitas, diferentes tipos de farinhas de milho e de mandioca, alimentos encontrados em abundância no território brasileiro e com valor bem acessível, o que acaba gerando uma margem de lucro muito boa para quem quer produzir para vender.
Cada família tem suas próprias receitas de biscoitos e bolachas. Os nomes podem ser os mesmos, mas as quantidades de cada ingrediente, mesmo variando pouco, já trazem um resultado completamente diferente. Uma pitada de sal ou de semente de erva-doce a mais, um formato mais fino que traz mais crocância, trocar polvilho doce pelo azedo… Essa exclusividade de sabor é o que desperta nossas lembranças quando comemos algo que gostamos muito.
E a receita que será compartilhada hoje traz muito mais que história dentro dela. A Rosquinha de Pinga traz um desejo que a cada dia tem tomado forma e alcançado mais pessoas: o Projeto Fermento.
O Projeto Fermento foi idealizado por Lucia Soares e nasceu em São Paulo, em meio à pandemia de Covid-19. Chef confeiteira, professora e consultora, Lucia sempre se envolveu com instituições que realizam trabalhos sociais. Nesse momento delicado se questionou sobre qual atitude poderia tomar diante de tantas pessoas com problemas financeiros por terem perdido seus postos de trabalho, e concluiu que o melhor a fazer era compartilhar o que mais possui: conhecimento.
O objetivo do Projeto Fermento é ser uma escola virtual e alcançar cada vez mais pessoas. Não só receitas são compartilhadas, mas também outras informações importantes para que os alunos possam compreender a parte técnica da confeitaria e, a partir disso, criar suas próprias receitas. Também são abordados diferentes tipos de embalagem para comercialização e como calcular custos e lucro na produção, tudo muito bem explicado em vídeos e numa apostila já disponível na página do Facebook.
“Esse curso foi elaborado com minhas melhores receitas de biscoito e bolacha! Tenho muito orgulho de contar para você que comecei assim, trinta anos atrás, fazendo biscoitos para vender e ajudar nas despesas da casa. O resultado foi surpreendente! Logo as encomendas cresceram e, de repente, eu já não dava conta de fazer tudo sozinha”, afirma Lucia.
Por ser um projeto sem fins lucrativos e totalmente voluntário, outros amigos foram se juntando para também compartilhar seus talentos, e como uma massa com fermento, não para de crescer.
A receita que será compartilhada hoje faz parte do primeiro curso de Biscoitos e Bolachas e nos remete à casa de vó, de tia ou de mãe. A rosquinha de pinga é uma das quitandas mais apreciadas no Brasil. É fácil de fazer, os ingredientes são baratos e encontrados em qualquer mercado, e tem uma durabilidade muito boa, especialmente para quem deseja comercializar. Não se sabe ao certo como ela surgiu, mas é provável que alguém queria dar um gostinho a mais, por isso ela é finalizada com pinga. Por isso use uma bebida de ótima qualidade, pois ela dá a principal característica a essa rosquinha.
Agora chega de papo e já coloque a água do café para ferver. Tenho certeza que você vai querer fazer essa Rosquinha de Pinga hoje mesmo!
Massa
250g de farinha de trigo
90g de açúcar refinado
1 ovo
50ml de leite integral
50g de manteiga sem sal gelada
1 pitada de sal
10ml de pinga
3g de bicarbonato de sódio
3g de fermento químico em pó
Finalização
50ml de pinga para pincelar
100g de açúcar refinado para passar as rosquinhas
Em um recipiente, peneire e misture a farinha, o açúcar, o bicarbonato, o fermento e o sal. Acrescente a manteiga gelada picada e trabalhe com a ponta dos dedos para obter uma farofa. É necessário que a manteiga esteja bem gelada, caso contrário você não vai conseguir fazer essa farofa. Abra uma cova e junte o ovo batido, a pinga e o leite, e amasse bem.
Existem duas maneiras de modelar as rosquinhas. Com um rolo, abra a massa com a espessura de 3mm. Corte círculos com um cortador de 5cm e, com um cortador menor, corte o meio do círculo. Essas pequenas porções devem ser juntadas para abrir a massa novamente. A outra maneira é separar bolinhas da massa, abrir em rolos com diâmetro de um dedo (as famosas cobrinhas) e fechar como se fossem argolas de 5cm.
Arrume as rosquinhas de pinga no tabuleiro antiaderente ou sobre um tapete de silicone. Pré-aqueça o forno a 180ºC e asse as rosquinhas por cerca de 15 minutos. Retire do forno e pincele a pinga imediatamente com a ajuda de um pincel. Passe no açúcar e deixe esfriar. Caso não queira finalizar com pinga, use chá de camomila bem forte. Guarde em recipiente hermeticamente fechado por até quinze dias. Mas é claro que elas não vão durar tanto tempo assim!
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Fotos: Mauro Holanda
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